Episódios de tontura e falsa sensação de que você ou o ambiente ao redor está em movimento. Essas são as principais características da vertigem posicional paroxística benigna (VPPB), um problema desencadeado por certas mudanças na posição da cabeça, como o tombamento para cima ou para baixo.
A VPPB é mais comum em pessoas idosas, mas muitos de nós podemos enfrentar a condição em algum momento da vida. Vale lembrar que ela em si raramente é grave, entretanto, como aumenta consideravelmente o risco de queda, tem de ser tratada.
A seguir, respondo alguns questionamentos sobre o assunto.
1. O que causa a VPPB?
Existem minúsculos cristais de carbonato de cálcio (otólitos) que ficam depositados em uma espécie de bolsa do ouvido interno (sáculo e utrículo) e nos ajudam a equilibrar e movimentar o corpo. A vertigem posicional surge quando eles saem dessa bolsa e começam a flutuar e/ou ficam presos em outras áreas do ouvido interno. À medida em que se movem e se assentam, o cérebro recebe falsas mensagens de que você está girando violentamente, quando, na verdade, está parado. Trauma, enxaqueca, outros problemas do ouvido interno, diabetes e osteoporose são condições que podem levar ao deslocamento desses cristais.
2. Quais os sintomas mais comuns da vertigem posicional?
Os mais comuns são períodos de vertigem ou sensação de rotação. Você pode sentir náusea (às vezes, vômito) e/ou uma forte sensação de desorientação no espaço, como se estivesse perdendo o equilíbrio. Esses sintomas são intensos e duram de segundos a minutos. Vale dizer que a VPPB não causa tontura grave constante nem desmaios ou perda de audição, e geralmente é desencadeada pelo movimento.
3. Como é feito o diagnóstico?
3. Geralmente, o diagnóstico é realizado durante o exame físico do paciente, principalmente ao realizar alguns testes que envolvem avaliação de reflexos do labirinto na movimentação ocular (Reflexo Vestíbulo-Ocular ou RVO). Para perceber melhor este reflexo, realizamos alguns movimentos com o paciente, as chamadas Manobras diagnósticas (as mais comuns são: Manobra de Dix-Hallpike e Manobra de Pagnini-Mcclure), e observamos os movimentos dos olhos dos pacientes para tentar identificar Nistagmos. O objetivo desses testes é fazer com que os cristais se movam e desencadeiem os sinais da doença. Mas não se preocupe: tudo isso é assistido pelo médico, que vai acompanhar um determinado movimento ocular para confirmar o diagnóstico de VPPB.
4. Existe tratamento para a VPPB?
Sim. A maioria dos casos de vertigem posicional pode ser corrigida com exercícios de movimentação da cabeça (Manobras de Reposicionamento de Otólitos), que geralmente levam alguns minutos para serem concluídos. Eles têm altas taxas de sucesso (cerca de 80%), embora algumas vezes precisem ser repetidos em mais de uma consulta. Essas manobras são projetadas para guiar e reposicionar os cristais de volta à sua localização original no ouvido interno.
5. A pessoa pode passar mal durante o tratamento?
Durante o procedimento, pode haver vertigem, náusea e sensação de desorientação. Após o tratamento, algumas pessoas relatam que os sintomas começam a desaparecer imediatamente. Outras, relatam enjoo e leve instabilidade de movimento. Isso pode durar algumas horas ou alguns dias para desaparecer. Quando isso acontecer, é importante retornar às atividades de rotina. A exposição ao movimento contribui com o tratamento.
6. Existe uma cura definitiva para a vertigem posicional?
Infelizmente, a VPPB é uma condição que às vezes pode retornar. O risco disso acontecer pode ser baixo (quando a pessoa teve poucas experiências de vertigem posicional durante a sua vida) ou alto, quando o problema foi causado por fatores como trauma (lesão física), complicações do ouvido interno, outras condições médicas ou o próprio envelhecimento. Ainda não existe uma forma de impedir a VPPB de voltar, mas ela normalmente pode ser tratada com uma alta taxa de sucesso.
7. Como saber a hora de procurar um médico?
Se você se identifica com a vertigem posicional, deve procurar ajuda diante de sintomas incapacitantes graves, se for idoso com histórico de quedas ou medo de cair ou se tem dificuldade para se movimentar (como rigidez nas articulações, especialmente no pescoço e nas costas e/ou fraqueza). Não se esqueça de que a instabilidade causada pela VPPB aumenta o risco de queda, o que pode trazer consequências graves. Peça ajuda o quanto antes!
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