Descrita pela primeira vez no século XIX, e nas últimas décadas recebeu inúmeras nomenclaturas, como: vertigem visual, tontura induzida visualmente, tontura subjetiva crônica, vertigem postural fóbica etc., essa é uma condição vestibular que causa tontura persistente por mais de três meses e pode prejudicar a qualidade de vida do paciente. Por isso, é importante entender essa doença e buscar orientação médica adequada, caso se identifique com a condição.
O que é a Tontura Postural Perceptual Persistente?
A TPPP é classificada como um distúrbio vestibular funcional crônico e é definida como uma tontura que dura mais de três meses, sem explicação clínica para sua persistência. Essa é uma condição que foi nomeada recentemente, no início de 2014, e é mais comum em mulheres do que em homens.
A manifestação da TPPP começa geralmente após um evento que causou vertigem aguda, instabilidade, tontura ou desequilíbrio. Alguns exemplos de possíveis situações que podem levar ao desenvolvimento de TPPP são:
- Lesão cerebral traumática leve;
- Ataques de pânico com tontura;
- Enxaqueca vestibular;
- Neurite vestibular;
- Doença de Menière;
- Acidente cerebral vascular;
- Arritmias cardíacas;
- Reações adversas a medicamentos, entre outros.
A TPPP pode coexistir também com outros distúrbios vestibulares, por isso, é essencial consultar um otoneurologista para um diagnóstico adequado.
Sintomas da Tontura Postural Perceptual Persistente
O principal sintoma da TPPP é a tontura persistente e a instabilidade que dura três meses ou mais. Na maioria dos casos, o paciente apresenta sintomas diariamente ou na maioria dos dias e, geralmente, piora nas seguintes situações:
- Postura ereta;
- Movimentos da cabeça ou do corpo;
- Exposição a ambientes com muito movimento e estímulo visual;
- Desempenho de tarefas visuais que exigem precisão (por exemplo, leitura ou usar o -computador);
- Fadiga e estresse.
- Tontura Postural Perceptual Persistente e Ansiedade.
Apesar de não ser um sintoma da tontura postural perceptual persistente, a ansiedade é muito comum entre os pacientes com essa condição. Segundo a Vestibular Disorders Association (VEDA), 60% dos pacientes com TPPP têm ansiedade clinicamente significativa. Assim sendo, a associação afirma que indivíduos com temperamento ansioso ou transtorno de ansiedade pré-existente têm maior risco de desenvolver TPPP.
A ansiedade elevada intensifica a instabilidade postural e a reatividade aos estímulos de movimento durante o trauma vestibular agudo e retarda a recuperação. Apesar dessa relação, a TPPP não é uma condição psiquiátrica, segundo a Chicago Dizziness and Hearing. Porém, ainda não há consenso se essa condição seria primariamente uma doença vestibular ou psíquica.
Diagnóstico de TPPP
Para o diagnóstico de TPPP, é essencial a identificação correta dos sintomas apresentados. Geralmente, os exames físicos e complementares de pacientes com TPPP costumam ser normais ou mostram problemas vestibulares que não explicam totalmente os sintomas do paciente. Por isso, a síndrome depende da exclusão de diagnósticos que tenham achados mais objetivos.
Em 2017, o principal grupo de estudos sobre doenças vestibulares, Barany Society, publicou uma série de critérios para que seja feito o diagnóstico da TPPP.
Tratamento de TPPP
Podemos empregar no tratamento do paciente com TPPP um tripé estratégico, constituído por Medicamentos, Exercícios de Reabilitação do Equilíbrio e Terapias Cognitivas (como psicoterapia – como a terapia cognitivo-comportamental ou técnicas de meditação).
Você se identifica com o quadro? Converse com um otoneurologista.