A labirintite é um distúrbio associado à inflamação do ouvido interno que afeta uma estrutura chamada labirinto. O labirinto pode ser dividido em sua porção auditiva, a cóclea, e porção vestibular, os órgãos otolíticos e os canais semicirculares (responsáveis pelo equilíbrio e orientação espacial).
A seguir, vamos saber quais são os principais aspectos, sintomas e como ocorre a labirintite.
O que acontece na labirintite?
O labirinto é um órgão composto por estruturas responsáveis pela percepção do estímulo sonoro, dos movimentos de cabeça e percepção da verticalidade. Quando ocorre uma inflamação nessas estruturas, há uma sinalização equivocada do labirinto para o cérebro.
É desse efeito que surgem sintomas como tonturas, náuseas ou vertigem (impressão de que se está em movimento quando, na verdade, você está parado). Dependendo da parte do labirinto que foi afetada pela infecção, a audição pode ficar temporariamente comprometida.
Ainda que o sinal mais conhecido da labirintite seja a vertigem, quando você sente que tudo ao seu redor está girando, existem outros sintomas que pedem atenção:
Perda auditiva, geralmente na faixa de alta frequência;
Diminuição da capacidade de entender a fala;
Zumbido ou sensação de pressão no ouvido;
Desequilíbrio e instabilidade, caindo ou balançando para um lado enquanto caminha;
Espasmos involuntários do globo ocular;
Náuseas e vômitos;
Suor excessivo.
Os sintomas começam, de repente, de 3 a 4 dias após o início da inflamação, e podem durar minutos, horas ou dias. A avaliação clínica e o exame otoneurológico são essenciais para o diagnóstico.
Importante dizer que, durante uma crise de labirintite, é muito importante tomar bastante líquido; repousar, evitando movimentos bruscos; minimizar o consumo de chocolate, café e álcool; evitar luzes de forte intensidade; e se manter em ambiente calmo e silencioso.
Conheça as principais causas da labirintite
A labirintite pode ocorrer de diversas formas e afetar pessoas de ambos os sexos, em qualquer momento da vida (ainda que sejam mais comuns após os 40 anos). Por isso, seu diagnóstico costuma ser delicado e exige uma investigação minuciosa do médico.
De acordo com a Academia Americana de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço, as causas mais comuns para o problema são:
Infecção viral do ouvido interno ou ativação de um vírus normalmente inativo e que fica dentro das terminações nervosas: geralmente, esse vírus é desconhecido, mas há uma labirintite que pode ser causada pela reativação de um vírus específico, o varicela-zoster, onde o paciente passa a apresentar a chamada Síndrome de Ramsay Hunt. Dor no ouvido, paralisia facial e lesões bolhosas ao redor do pavilhão auditivo (orelha) e no canal auditivo externo são sinais dessa condição;
Infecção bacteriana: uma infecção bacteriana da orelha média (basicamente, a cavidade após a membrana do tímpano) pode se espalhar para a orelha interna e causar labirintite bacteriana. Em casos graves, é necessária hospitalização porque podem ocorrer dor intensa, necessidade de drenagem do pus, além de febre e calafrios. Esse tipo de infecção traz um risco maior de perda auditiva permanente e também pode levar à labirintite ossificante, em que há uma mudança anatômica da orelha interna, onde tecidos funcionais passam a ser substituídos por um tecido ósseo;
Doença autoimune: a labirintite autoimune é uma causa rara de labirintite, e pode se apresentar por surtos ao longo da vida. É frequentemente associada a outros distúrbios autoimunes, como: lúpus eritematoso sistêmico, doença inflamatória intestinal ou artrite reumatóide, entre outros;
Trauma e cirurgia: trauma no ouvido interno pode colocar a pessoa em risco de desenvolver labirintite. Fraturas envolvendo a orelha interna e concussão da cabeça são exemplos de trauma.
Outros fatores que podem ser considerados como causas ou fatores agravantes de uma labirintite são: tumores dos nervos ligados a orelha interna, alergias, estresse, consumo de álcool e tabaco e certos medicamentos.
Na consulta ao otorrinolaringologista são investigadas todas as possibilidades e, para isso, pode ser necessário o uso de exames complementares. Determinar a causa é fundamental para que a labirintite seja tratada da maneira mais adequada.
Vamos saber mais sobre isso a seguir.
Saiba mais sobre o tratamento para labirintite
O tratamento para labirintite deve ser orientado por um médico otorrinolaringologista, de preferência otoneurologista, após saber as causas do problema.
Em geral, são prescritos medicamentos para amenizar os sintomas e/ou tratar o problema de base, ou seja, aquilo que desencadeou a labirintite. Além disso, são passadas orientações específicas para reduzir os incômodos e diminuir a reincidência das crises.
A terapia vestibular e os exercícios de equilíbrio ajudam muitos pacientes a recuperar a sensação de controle do próprio corpo, que é seriamente afetada pela vertigem vinda da labirintite.
Enquanto a maioria dos pacientes com desequilíbrio e tontura leve aos movimentos da cabeça se recupera com relativa rapidez; às vezes, pode levar meses ou até anos para que a pessoa acometida tenha uma recuperação do quadro. A falta de tratamento adequado aumenta o risco de perda auditiva permanente e de queda, diminuindo assim a qualidade de vida.
Portanto, se você se identifica com o quadro de vertigem, náuseas, desequilíbrio e perda da audição, converse com um otoneurologista.