A principal característica do mal do desembarque é a sensação persistente de balanço. Em geral, o problema se instala após viagem em embarcações ou aviões, mas também pode acontecer depois que a pessoa passa por estímulos de realidade virtual ou que simulem movimentos de balanço. Mulheres, com idade entre 40 a 60 anos, com histórico de dores de cabeça e/ou sintomas sugestivos de enxaqueca, são as mais afetadas.
Em geral, o mal do desembarque dura algumas horas até três dias após o fator desencadeante cessar. Entretanto, existem situações em que a pessoa se sente assim por semanas ou até mesmo anos.
Como identificar o mal do desembarque
Pessoas diagnosticadas com mal do desembarque relatam tontura e desequilíbrio após uma viagem de avião ou de navio. É como se a sensação de oscilação normalmente gerada nessas situações ainda permanecesse em terra firme.
Então, um simples movimento de cabeça ou um passo para a frente ou para trás já pode desencadear os sintomas. Ainda que a pessoa esteja parada pode ter a sensação de balanço persistente, inclusive com náuseas. Isso pode acontecer mesmo quando durante o período que passou no avião ou navio ela tenha se sentido bem. Diferente do que acontece na cinetose, quando o mal-estar se dá fundamentalmente durante o estímulo.
O diagnóstico do problema é dado depois que outras hipóteses para os sintomas são descartadas. Para isso a avaliação clínica do otoneurologista é fundamental.
O que causa o mal do desembarque?
Há inúmeras teorias que tentam explicar a causa do mal do desembarque, todavia até hoje nenhuma foi totalmente satisfatória. Uma delas diz que o sistema vestibular se acostuma com o movimento do navio ou do avião e, após o desembarque, não consegue se adaptar com o fato de estar em terra firme. Esse “estranhamento” seria o responsável pelos sintomas.
Fatores genéticos, dores de cabeça e até mesmo flutuações hormonais também ajudariam a explicar o aparecimento do problema.
Como é o tratamento
O tratamento geralmente envolve o uso de medicamentos e a realização de exercícios, mas aí vai uma curiosidade: quem sofre com mal do desembarque costuma se sentir melhor depois de dirigir ou viajar novamente em avião ou navio.
O texto do destacado otoneurologista Timothy Hain fala amplamente sobre o assunto e deixa claro que o mal do desembarque não vem de uma lesão ao ouvido(labirinto) ou ao cérebro e pode ter forte relação com a teoria da má adaptação mencionada anteriormente.
A hipótese ganha reforço quando os especialistas constatam que, principalmente, o mecanismo de habituação tem sido eficiente no controle da tontura e melhora do equilíbrio.
Nos exercícios de habituação costumamos simular as situações que provocam os sintomas, porém devem ser realizados com intensidade progressiva, com muita cautela e auxílio profissional. O objetivo é treinar o cérebro a se acostumar com o “balanço” e, assim, dar fim às tonturas.
Se você se identifica com o mal do desembarque, consulte um especialista.
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